Catarina Névoa é licenciada em comunicação empresarial, mas acabou por vir trabalhar para a área social e hoje gere a página de Facebook desta organização não governamental onde assiste, a cada semana que passa, aos resultados desta experiência de angariação de fundos que considera já “excelente”.
Tudo começou no outono de 2017 quando o Facebook escolheu a Associação Médicos do Mundo para testar em Portugal a sua ferramenta de crowdfunding, lançada em 2015 nos Estados Unidos e que estava a chegar também à Europa.
Ligação direta às pessoas: um arranque promissor
Catarina conta que esta nova abordagem “começou a ser implementada em outubro e três meses depois, em dezembro, tinham já sido angariados nove mil Euros, através da página da organização nesta rede social. O processo orgânico, que dispensa a complexidade de uma campanha tradicional de marketing, “permite chegar diretamente às pessoas, sensibiliza-las e deixar que sejam elas a tomar a iniciativa de contribuir”.
Quem quer ajudar pode avançar com um donativo em nome individual ou simplesmente passar a palavra, organizando uma campanha entre os seus amigos. E nesta página com mais de 70 mil seguidores “as pessoas compreendem que para fazer a diferença não são precisos necessariamente grandes montantes. Se, num grupo, reunirem bastantes donativos de 50 cêntimos, um ou dois Euros, o resultado final já é uma grande ajuda”.
Conteúdos estratégicos
Para que esta mensagem passe bem há uma aposta grande nos conteúdos da comunicação. Vai ficando bem claro que as “pessoas são necessárias e podem fazer a diferença” e fica também sempre muito claro onde é gasto o dinheiro e com que finalidade e resultados.
Oito meses depois da estreia a chegada, todas as semanas, de novas campanhas organizadas pelos seguidores da página entre os seus amigos, mostram que a fórmula está a funcionar.
Já disponível para todo o 3º setor
Passada esta experiência piloto limitada à Associação Médicos do Mundo, atualmente já todas as organizações sem fins lucrativos de Portugal podem aceder a esta ferramenta.
Além da possibilidade de criar campanhas, a rede social permite também às organizações sem fins lucrativos colocar um botão “Doar” no topo da sua página. Outra forma de angariar dinheiro é através do Facebook Live: a organização faz um direto e, durante a transmissão (ou mesmo depois), os espectadores podem fazer donativos, motivados por este conteúdo.
Alguns conselhos úteis
Para aqueles que gostariam de começar agora, Catarina Névoa explica que “não basta instalar a ferramenta” e deixa alguns conselhos práticos:
- tudo será mais fácil quando se parte com uma audiência grande, já com bastantes seguidores
- é fundamental ter uma estratégia de comunicação bem definida, que dependerá do tipo de missão de cada entidade
- e é muito importante também ser transparente com os doadores, agradecer sempre e mostrar como o seu contributo está a ajudar a missão da organização.
Resumindo, envolver as pessoas em cada causa e fazer com que se sintam parte dos seus resultados é o truque, para transformar seguidores em doadores.
O Facebook explica mais e ensina a avançar AQUI